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A boa educación de Almodóvar

15 jul

Reproduzo aqui a carta do cineasta espanhol, Pedro Almodóvar, destinada aos senadores de Salta, e publicada pelo jornal argentino Página 12, pedindo a aprovaçao da Lei de Igualdade que beneficia casais homossexuais. Abalou!

Queridos amigos: El matrimonio homosexual no le hace mal a nadie, no le roba nada a nadie, sin embargo hace feliz a mucha gente y les proporciona la posibilidad de vivir de un modo honesto, pleno y coherente junto a la persona que aman. Es un derecho esencial en toda sociedad civilizada, de lo contrario se está marginando a muchas personas en virtud de su sexualidad.

Hablar de igualdad en este sentido no es un capricho de degenerados, la Declaración Universal de los Derechos Humanos afirma que todos somos iguales, con independencia de nuestro sexo, religión, condición social, idioma, raza, etc.

No hay que permitir que ideas sectarias, retrógradas, inmovilistas, sexistas e injustas impidan a una sociedad libre progresar.

Es mentira y ridículo clamar que el matrimonio homosexual supone un peligro para la familia. Al contrario, las familias homosexuales aseguran el futuro de la idea de familia y la enriquecen. No se puede imponer la familia biológica como único modelo familiar, o se está yendo contra la realidad. Si algo caracteriza a la familia contemporánea es su enorme variedad. He conocido familias con solo una madre, un solo padre, dos madres, dos padres, familias multiétnicas, familias en las que ningún progenitor es biológico. Familias cuyos miembros pertenecen a distintas lenguas y culturas, familias que en millones de casos no son católicas. Se quiera o no, esas familias existen y adoran a sus hijos, y los cuidan y los educan, tanto como cualquier familia biológica, porque están basadas en el amor y en la solidaridad humanas.

No estoy en condición de pedir nada a los señores del Senado argentino. Para aprobar la ley que permita los matrimonios homosexuales no apelo ni siquiera a su sentido de la justicia, sólo les pido que hagan caso de su sentido común. Es lo único que necesitan para votar afirmativamente.

* Cineasta español.

Argentina, a rainha do deserto

15 jul

 

Vigilia na frente do Congresso

Nos últimos dias só se falavam de duas coisas na Argentina: a onda de frio que invadiu o país e a tramitação da lei que aprova o casamento de pessoas do mesmo sexo no país. E foi sob este frio polar que milhares de pessoas enfrentaram a madrugada de ontem de temperaturas quase negativas para acompanhar em frente ao Congresso da nação a votação da lei que dava equidade de direitos ao matrimonio de homossexuais.

Aprovada!

As quatro da manhã veio o veredito do Senado: 33 senadores  a favor, 27 contra e 3 abstenções transformaram a Argentina no primeiro país da América Latina a legalizar o casamento homossexual. O dia 15 de julho é uma data história na luta por igualdade de direitos de gays e lésbicas por aqui. Agora, só falta a presidente do país, Cristina Kirchner, que é abertamente a favor do matrimonio gay, sancionar a lei. Foi incrível acompanhar também o apoio heterossexual á campanha dos homossexuais. Com todos os taxistas que conversei, por mais humildes que me pareceram suas raízes, estavam de acordo com a aprovação da lei. Meus amigos mais machões, as pessoas menos esclarecidas, já pareciam reconhecer uma realidade que chegou para ficar: nós heterossexuais não temos que meter o bedelho na vida amorosa dos outros.

Festa no Congresso!

A retrógada Igreja do país terá que “chupar esta manga arco-íris” e dar por fracassados seus esforços de mostrar a nova lei como uma dissolução dos valores de família. Durante meses, as associações de direito homossexuais agüentaram dignamente debates regionais e nacionais que os tachavam de doentes, anormais, aberrações e outros absurdos que só uma instituição retrógrada e reacionária como é a igreja sul-americana é capaz de verbalizar. Na noite anterior a votação, gente de todo país ( como de Mendoza, 14 horas daqui) veio expressar sua ignorância e intolerância graças a convocatória da igreja. Isso, fez com que me fugisse a explicação lógica de porque, em pleno inverno glacial, alguém enfrentaria uma viagem de 14 horas para expressar seu ódio.

O argumento de que o Estado deve dar condições iguais aos seus cidadãos, independente de suas preferências pessoais, prevaleceu na noite de ontem em cima daqueles que tachavam a nova lei de uma permissividade imoral.  Faço aqui um adendo que, para mim, imoralidade é a pedofilia velada que a igreja vem permitindo desde seus primórdios contra vítimas silenciosas ou silenciadas ao largo da história de suas instituições.

Madruga histórica

Falta agora o resto das nações sul-americanas passarem por cima de seu machismo e moralismo histórico e seguirem o exemplo da Argentina que, dessa vez, saiu na frente. É preciso acabar com essa inquisição contra uma situação que está mais do que consolidada. Ninguém vai deixar de amar porque não pode se casar e nem de adotar porque não vem de uma união de pessoas de sexos distintos. Vítima de caudilhos, ditaduras, expropriação sucessiva, roubos coloniais e ingerências histórias, a América Latina só não pode ser vítima de sua própria ignorância.   Muy bien Argentina, neste deserto a Rainha é você!

Santa Ignorância!

14 jul

 

“Será que nunca faremos

Santa Ignorancia senhor, dai-me paciencia.

Senão confirmar

A incompetência

Da América católica

Que sempre precisará

De ridículos tiranos

Será, será, que será?

Que será, que será? “(Caetano)

São lamentáveis as imagens que ficam repetindo os canais de televisão argentinos nesta gélida noite de terça-feira. Convocados pela igreja mais 70 mil manifestantes se reúnem em frente ao Congresso argentino para exprimir sua opinião contra a aprovação do matrimonio de pessoas do mesmo sexo que será votado neste domingo pelo Senado deste país. Ecos do retrógrado discurso das Igrejas católica e evangélica se escutam na Capital esta noite.

Pai, perdoai-os; eles não sabem o que fazem"!

Opiniões intolerantes, dogmáticas, descontextualizadas e reacionárias ganham espaço nos tele jornais argentinos. É um show de retrocesso, um pesadelo que faz lembrar os piores capítulos de um livro de Eduardo Galeano, as mais visionárias canções de Caetano. A Igreja sul-americana mostra mais uma vez que perdeu o trem para o século XXI e porque nosso quinhão do mundo não consegue superar as piores heranças coloniais. Uma igreja alvejada por estilhaços de pedofilia se crê mais uma vez o verdugo das novas idéias de igualdade. Tomara que a igreja argentina tenha que comer sua hipocrisia asada na parrilla no domingo e que este canto do mundo se mostre bem mais moderno e tolerante do que esperam que sejamos!

A reação da lado branco da força já começou no Obelisco! Como diria Fito Paez : “Quien dijo que todo está perdido…”

Todos Putos*

12 jul

* Puto é o termo argentino para viado, gay.

O clima está esquentando. As vésperas da votação final no Senado argentino, a igreja convocou uma grande manifestação contra a legalização do matrimonio entre pessoas do mesmo sexo no país. Se aprovada, a Argentina sairá na frente no quesito tolerância em relação a todos os demais países da América latina. Para entender melhor este processo leia o excelente artigo que escreveu hoje meu amigo, colega de profissão e co habitante desta cidade querida, Mauricio Boff, sobre o assunto AQUI!!!!!

Vale a pena entender e vislumbrar um pouco da ignorância da igreja neste tema que, como o universo, é infinita!E torcer para que os hermanos que, não ganharam a Copa, mas podem ganhar esta batalha!

* detalhe: a seleçao brasileira se abraçando debaixo do título “Todos Putos”, vamos levar na esportiva vai…

La Gaiola de las Locas

30 jun

Liniers pela causa

Autorizados pela juíza Alejandra Petrella, que cita o direito a igualdade a todas as famílias, acabam se casar, na Rua Uruguai 700, a pouca quadras de onde vivo, o oitavo casal do mesmo sexo a contrair matrimonio na Argentina. Diego de Jesús Arias e Leonardo Miguel de Santo já tinham oito anos de convivência. Embora, dezesseis pessoas puderam conclamar seu amor legalmente, conferindo validez e segurança aos seus parceiros, o casamento homossexual na Argentina ainda carece de aprovação pelo Senado . A votação está marcada para o dia catorze de julho.

Diego e Leonardo se casaram hoje em Buenos Aires

Na televisão, nas ruas e nas redes sociais a mobilização segue forte. A Lei que autoriza as uniões de pessoas do mesmo sexo já passou, há alguns meses, pela Camara dos Deputados. Agora, depende de aprovação do Senado.

 No facebook existem uma série de páginas apoiando o movimento.

Ricardo Darín apoia a causa

 Eu e 142.832 curtimos a página Yo estoy a favor de la legalización del Matrimonio Gay e também Soy Heterosexual y Apoyo el Matrimonio Gay en Argentina. São excelentes sítios para ficar a par da movimentação, próximos eventos e noticias.Se a união entre pessoas do mesmo sexo for aprovada na Argentina será o primeiro país da América Latina a aceitar este tipo de casamento. Pois, nesta gaiola, as loucas são aquelas pessoas que não conseguem superar sua intolerância.